Jovem de 420 kg luta por tratamento: “ele se arrasta pela casa e dar banho é quase impossível”, diz mãe 5so5c
O jovem pernambucano Carlos Antônio dos Santos Freitas, de 28 anos, sofre de obesidade mórbida há quase 15 anos. Após anos de dificuldades da família, os vizinhos se mobilizaram e divulgaram vídeos na internet para chamar atenção à situação de

O jovem pernambucano Carlos Antônio dos Santos Freitas, de 28 anos, sofre de obesidade mórbida há quase 15 anos. Após anos de dificuldades da família, os vizinhos se mobilizaram e divulgaram vídeos na internet para chamar atenção à situação de Freitas e de sua família de Patos, interior de Pernambuco. Agora, após a repercussão sobre a situação dramática do rapaz, a família conseguiu que ele fosse internado no Hospital das Clínicas de Recife, local para onde será levado na madrugada de quinta-feira (9). Lá, Carlinhos, como é conhecido, fará regime alimentar para perder peso e, assim, fazer a tão sonhada redução de estômago. Em conversa com o R7, a mãe, Cacilda Freitas, de 52 anos, diz que ele está com 420 kg e não consegue mais sair de casa.
De acordo com a mãe, após se solidarizar com a situação de seu filho, uma associação de João Pessoa (PB) conseguiu a internação no hospital de Recife. Para que ele consiga ser transportado, a Prefeitura de Patos, local em que a família mora, contratou um guindaste e uma van, que terá todos os bancos retirados para que Carlinhos caiba no transporte.
A situação é muito difícil. Ele só fica sentado, tem que se arrastar pela sala para poder se mexer. Ele a o dia jogando videogame e olhando a vida ar sentado perto da porta.
Cacilda conta que a vida em Patos é muito difícil, e que a situação do filho dificulta ainda mais a situação.
Para dar banho é quase impossível, eu e minha filha temos que arrastá-lo, virá-lo e isso demanda muita força. Ele fica na sala e nós jogamos os baldes para lavar o corpo dele.
Uma das irmãs de Carlinhos, Fabiana, contou que, na hora do banho, precisa chamar os vizinhos para ajudar.
Ele é muito pesado. Eu e minha mãe não conseguimos fazer isso sozinhas. E ainda tem a questão de que ele não pode ficar muito tempo de barriga para baixo, porque fica sem ar.
Fabiana é cabeleireira e parou de trabalhar para cuidar do irmão.
Eu peço ajuda para amigos, e acabo fazendo serviços de graça para os que colaboram. Às vezes dou um cabelo, tintura e unha, depende da minha situação.
Cacilda ainda conta que a família luta para construir uma casa ao lado de sua moradia atual para que Carlinhos fique mais confortável e consiga viver melhor.
Nossa situação financeira é muito complicada. Somos muito simples. Eu parei de trabalhar por causa dele e vivemos com o salário mínimo que ele recebe. Como ele parou de andar há cerca de cinco anos, queria dar um lugar melhor para ele ficar, onde tenha mais comodidade e uma vida mais digna.
Além da obesidade, Carlinhos possui um distúrbio mental, que foi provocado quando ele ainda era recém-nascido. De acordo com a mãe, o menino ou uma noite inteira convulsionando em um dos primeiros meses de vida, mas como a família mora em um local afastado e sem condições de transporte, Cacilda diz que aguardou que ele melhorasse sem auxílio médico.
Eu morava num sítio na época. Ele convulsionou a noite toda, mas quando parou, eu achei que estava tudo bem. A questão é que ele ficou com sequelas. Ele teve dificuldades para aprender a andar, aprender a falar.
A irmã ainda conta que, desde que era criança, sabia que Carlinhos tinha algum problema.
Ele não era normal. Ele era muito agitado, sempre agressivo. Ele chegou a fugir de casa algumas vezes.
Para a mãe, a situação ficou insustentável quando Carlinhos tinha 15 anos. Ela conta que ele sempre foi gordinho, mas que sempre achou que era algo normal.
Eu pensei que fosse de família. Os pais do meu marido eram bem gordos. Mas quando ele chegou aos 15 anos não parava de engordar. É muito triste ver um filho nessa situação e não poder fazer nada. Vê-lo em casa, sentado o dia inteiro, sem poder sair e ter contato com as pessoas como um adulto normal é muito triste.
Cacilda ainda diz que Carlinhos frequentou a escola até os 15 anos. Segundo ela, ele começou a ir ao colégio normalmente, mas por ser muito agitado e um pouco agressivo, a diretora pediu que ele não continuasse estudando. Ela então encontrou uma escola para pessoas especiais, mas que, aos 15 anos, por conta da doença mental, ela preferiu tirá-lo.
Ele não estava aprendendo nada e não deixava os outros aprenderem. Achei que seria melhor deixar ele em casa mesmo. Ele já estava engordando e não conseguia se relacionar com outras pessoas normalmente.
A mãe ainda diz que Carlinhos precisa de remédios para dormir. Além disso, por causa do excesso de pele, ele precisa ar pomadas e tomar remédios, porque está com assaduras em todo o corpo.
Hoje, Carlinhos tem a internação garantida, e a mãe e a irmã vão junto com ele para acompanhar o tratamento que, segundo a mãe, deve levar mais de um ano.
Vamos revezar eu e a Fabi. Cada uma vai ficar uma semana com ele no hospital. Não podemos deixar a casa sozinha, ainda mais que a Fabi tem uma filha de três anos e precisa voltar a trabalhar no salão que ela abriu na garagem da casa dela. A gente está se esforçando o máximo que pode para cuidar dele.
Fonte: R7
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